Sai Corinthians?

Tinha sinalizador dos dois lados, a diferença é que este lado foi acertado.
Imagino que até este momento todos saibam do que aconteceu no jogo válido pela Copa Libertadores da América, San Jose [1] e [1] Corinthians, em Oruro, Bolívia.

Segundo site da ESPN, pessoas ligadas ao clube cogitam que o time deve sair da competição se a decisão da Conmebol não for revertida _ o time jogar sem torcida.

Eu estou bem cético quanto a possibilidade do time abandonar a competição.

Mas não é sobre isso que quero falar, é sobre até onde vai a responsabilidade de um clube por aquilo que sua torcida faz.

Vou pensar em uma analogia meio idiota, uma festa de formatura.

A empresa Conmebol é a organizadora da burocracia do evento que reunirá os cursos para a festa.

A faculdade San Jose vai ceder espaço para o evento, ficará responsável pela estrutura física, pela segurança do local e é quem vai recolher o dinheiro da venda dos ingressos. Nesta festa existem três grupos de pessoas:

Os formandos e paraninfos, que são, digamos assim, os protagonistas da festa;
Os convidados dos formandos;
O grupo de apoio, ou seja, o pessoal que trabalha enquanto os outros se divertem.

Duas turmas estão se formando, a turma de San Jose e a turma de Itaquera.

O problema da minha analogia é separar os convidados dos formandos, pois eles ficam misturados durante todo o evento, sendo assim, fica difícil responsabilizar alguém com acuidade caso algo saia dos trilhos.

Mas, pensemos na situação de um dos convidados entrar na festa com um artefato que é proibido, tipo um sinalizador. Ele passa pela segurança sem impedimento algum, seja porque não foi revistado, seja porque não revistado como se deve.

Aí no meio da festa o rapaz acende o artefato e uma tragédia acontece.

Eu só consigo enxergar dois responsáveis: o responsável pela estrutura do evento, neste caso, a segurança, e, obviamente, o rapaz que atirou. Se o artefato fosse permitido, a segurança estaria isenta de responsabilidade por qualquer coisa que acontecesse.

"Ah mas nós não sabemos quem atirou o artefato, só sabemos que ele é de Itaquera."

E aí a organização do evento brada: "Então suspendemos todos até o culpado aparecer. Um rapaz morreu, alguém tem que ser responsabilizado".

Então eu pergunto: na falta de culpados, culpam-se todos?

Eu imagino que a família, amigos (e um monte de aproveitadores) do rapaz estão sofrendo, e querem justiça.

Justo é aquilo que não é apertado nem tem folgas, é a medida exata.

Uma pessoa atirou e matou outra dentro de um evento, fato. Se é jogo de futebol, volei, formatura, velório, tanto faz.

A polícia tem que investigar o que ocorreu, achar o responsável, entender como a segurança do evento permitiu a entrada do artefato, e não fez nada quando a torcida o acendeu em meio a todos as demais pessoas.

Não acho que o time de Itaquera seja culpado, não acho que toda a torcida devia pagar por aquilo que um fez. Se for, é apenas para preencher o nosso vazio interior de insatisfação mediante um sofrimento não vingado, seja uma medida justa ou nem tanto.

Agora, se a torcida for cúmplice do rapaz... aí a coisa muda um pouco de figura - veja aqui.

O time de Itaquera não pode fechar os olhos e fingir que aquilo não foi com ele. Alguma intervenção na torcida profissional deve ser feita. São os torcedores quem ajudam a manter o clube em pé, mas nem por isso o clube deve permitir que a torcida manche seu nome.

[Eu também espero que o clube não mantenha uma relação promíscua com as organizadas, porque aí, dependendo de como isso se dá, pode respingar no clube].

Diretorias passadas do alvinegro já mancharam muito a imagem do clube, e agora não podem deixar que a torcida faça o mesmo.

Mas que eu queria que o curintia saísse da Liberta, ah, isso eu queria =)

O fundo vermelho simboliza o sangue derramado do menino Kevin.



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