Tempos difíceis


Qual a melhor forma de viver a vida? Qual o melhor modelo de sociedade que existe ? Quais os valores uma sociedade saudável deveria cultivar? E quais valores destrutivos essa deveria afastar? Como negociaríamos a ética a ser seguida? O que é ser feliz (se é que isso existe)? Qual a melhor forma de aproveitar os curtos anos de nossa existência?

Tais questionamos tem sido feitos desde que o ser humano se entendeu por gente. Formulações das mais diversas existem, e se, todas falham em nos trazer certezas, pelo menos nos fazem continuar pensando e almejando por respostas. Sócrates pensou em problemas do seu tempo, agora somos nós que temos que pensar nos problemas do nosso tempo.

Mas vejo que esse bombardeio informacional, a quantidade de demandas das interações, a carga crescente de trabalho e a sensação de alta disponibilidade de mercadorias que podem (nem sempre) ser consumidas, tem, cada vez mais, nos asfixiado, nos bloqueado o pensamento, nos impedido de olhar para frente, para fora dos limites da rotina.

A apatia, a agonia, a ansiedade, o desespero, a decepção, a tristeza e a depressão, tem se tornado cada vez mais sensações familiares, em muitos casos são normalizadas, e convivem tão bem conosco quanto a medicação necessária para seu controle.

O escapismo surge como alento com as drogas, o álcool, o açúcar, os jogos, as séries, as redes sociais (como essa). Além de uma necessidade de aparentar ser feliz, e de ter o ego afagado o tempo todo.

São de fato, tempos difíceis.

Mas, por mais difícil que seja, e para algumas pessoas, seja impossível _ é importante reconhecer isso _ precisamos de alguma não desistir de pensar, não pararmos de questionar, e ainda que que de forma ingênua, pensar como seria um mundo justo, com menos sofrimento e que coubessem todas as pessoas e sua diversidade nele.

Chame de sonho de um sonhador, chame de utopia, chame do que quiser. Mas só pense em um minuto nisso. Um minuto hoje, outro amanhã e outro depois e depois de amanhã.

Por fim, desejo que esse sonho seja como este sol no horizonte, por mais que não o alcancemos, não deixemos de caminhar em sua direção.

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