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Papinho pacífico no Berliner Mauer (muro de Berlim) |
_ Você acha isso justo?
_ Eu acho oras! É o princípio da isonomia. A lei tem que ser a mesma para todos.
_ Hmm... bom, não vou dizer que concordo nem que discordo de você, mas vou dar um exemplo de como penso. Digamos que a tia Rebeca tenha dois filhos novinhos e gêmeos. Eles se chamam Abel e Caim que apesar de gêmeos, em nada se parecem. O Abel é esquálido e pálido, o pobrezinho, todavia, seu irmão é um mulatinho forte e vigoroso. Tia Rebeca tem um trato com os meninos: aquele que aprontar qualquer travessura, ao seu chamado, deve ficar de costas para ela, abaixar as calças, arquear levemente o tronco para frente. A malvada tem uma cinta de couro, e com todo seu amor materno aplica cinco cintadas no bumbum do filho malcriado, dando a ele apenas a oportunidade de escolher a nádega direita ou esquerda.
_ E como eles ficam?
_ Abel costuma chorar por horas além de mal conseguir andar, já Caim fica com os olhos marejados por breves minutos e depois volta todo serelepe para brincar com os amigos.
_ Eu discordo desse tipo de criação, mas já que ela o faz assim, o Abel é fraquinho coitado, não podia dar menos cintadas nele? Ou sei lá, bater com um chinelo?
_ Ué, a tia Rebeca castiga os filhos da mesma forma, está sendo justa, não está?
_ Se ambos fossem igualmente fortes ou fracos eu acharia justo.
_ Porque tratar os diferentes da mesma forma não é justo, né?!
_... nem sempre.
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