São diversas as razões que nos fazem sentir medo. Algumas dessas razões são as experiências negativas da vida e outras parecem que vem dentro do nosso "pacote", aparentemente irracionais, mas segundo estudos, vem de nossos ancestrais.

Os estímuilos são as situações que eu citei acima e muitas outras.
A imagem ao lado mostra as partes do cérebro envolvidas na reação de medo.
O tálamo recebe as informações sensoriais; o córtex as interpreta; o hipocampo armazena e busca memórias conscientes; a amígdala decodifica e armazena memórias do medo e o hipotálamo ativa a reação: lutar ou fugir.
Existem duas formas de o medo acontecer (e eles acontecem ao mesmo tempo):
Caminho baixo: Ele é o cara na nossa cabeça que nos diz para não arriscarmos. Por exemplo: Você está em sua casa de boa, aí do nada ouve um barulho na cozinha. O estímulo é o barulho na cozinha. O tálamo recebe essa informação, e por não saber se é uma situação de perigo ou não, manda a informação para a amígdala que envia para o hipotálamo e a reação de luta ou fuga é ativada.
Repare que no caminho baixo, nós não temos tempo de fazer uma meditação sobre o que está acontecendo, sentimos medo pela simples incerteza da situação.
Essa é a ação instantânea e emocional da amígdala (ela é responsável por processar a memória e também responsável pelas emoções). É nosso cérebro primitivo, que está programado apenas para a luta ou a fuga.
Caminho Alto: enquanto um cara já está com medo, este outro cara começa a pensar nas possibilidades existentes. A informação do tálamo é enviada para o córtex que determina que existem possibilidades, e o hipocampo avalia estas possibilidades a partir de outras memórias existentes. A informação vai para a amígdala que informa o hipotálamo se há necessidade de ativar a reação luta ou fuga.
No caminho alto, nós pensamos o que está acontecendo e o que poderia ser. No caso do barulho na cozinha, você pode se lembrar que seu irmão mais novo estáva lá jantando e pode ser ele ou você ouve a voz de alguém conhecido, e aí este estímulo é suficiente para saber se precisa ter medo.
O hipocampo tem a vantagem de ser a parte racional desse processo, mas tem um problema, em algumas situações que é necessário que se aja mais rapidamente, ele atrasa o processo.
Luta ou Fuga
O hipotálamo identificando uma situação de perigo, envia informações para o sistema nervoso simpático e para o sistema adrenocortical que combinados ativam a reação. Veja como o corpo reage quando sentimos medo:

. as pupilas dilatam para receber a maior quantidade possível de luz;
. as artérias da pele se contraem para enviar uma quantidade de sangue mais significativa aos grupos musculares maiores (reação responsável pelo "calafrio" muitas vezes associado com o medo - há menos sangue na pele para mantê-lo aquecido);
. o nível de glicose sangüínea diminui;
. os músculos enrijecem, energizados por adrenalina e glicose (reação responsável pelos arrepios - quando pequenos músculos conectados a cada pêlo da superfície da pele tensionam, os fios são forçados para cima, puxando a pele com eles);
. a musculatura lisa relaxa para permitir que entre uma maior quantidade de oxigênio nos pulmões;
. sistemas não essenciais (como o digestivo e o imunológico) são desligados para guardar a energia para as funções de emergência;
. há dificuldade para se concentrar em tarefas pequenas (o cérebro deve se concentrar em somente uma coisa para determinar de onde vem a ameaça).
Leia mais:
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How Stuff Works - Como funciona o medo
Escala da Percepção do Medo
Assista:
Discovery Channel - Ciência do Medo
Auf Wiedersehen o/
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