Iron Maiden: Seventh Son of a Seventh Son

Eu achei importante colaborar com a galera que curte Maiden e decidi dividir estes posts com blogs mais acessados que o meu (o meu é pouco acessado... tadinho de mim huahuhau).

Com isto, até o momento colaborei com o blog do Igor Soares, o Flight of 666 _ ele deixa os posts bem melhores que os meus o/

Agora voltamos para 1988 _ eu finalmente já havia nascido [e daí né?!] _ neste grandioso álbum: Seventh Son of a Seventh Son!

Seventh Son of a Seventh Son

1988 -  Seventh Son of a Seventh Son

Último álbum da era clássica do Iron Maiden, depois disso ainda temos álbuns bons como o Brave New World ou Fear of the Dark, porém não se comparam aos da década de 80.

O Sétimo Filho do Sétimo Filho é o sétimo álbum da banda, praticamente uma narrativa.

Antes de falar de som por som, o portal Iron Maiden Commentary _que tem me ajudado muito, diga-se de passagem _ sugere um resumo da história:

Moonchild: O demônio manda um aviso para os pais da criança: não adianta escapar!
Infinte Dreams: O pai do sétimo filho (que também é o sétimo de sua geração), tem visiões que ele não compreende;
Can I Play with madness: O pai do sétimo filho busca uma explicação para suas visões, mas não gosta muito do que ouve...
The Evil that Men Do: A criança nasce, o pai morre;
Seventh Son of a Seventh Son: Nascimento da criança com poderes sobrenaturais, o bem e o mal disputam a criança;
The Prophecy: O garoto se dá conta de seus poderes destruidores e tenta avisar a todos da profecia, mas ninguém dá ouvidos a ele;
The Clairvoyant: O garoto torna-se vidente e passa a ter controle de seus poderes, e está ciente que este poder poderá destruí-lo;
Only the Good Die Young: este som é uma reflexão de tudo que aconteceu.

Bom, agora que sabemos o resumão, vamos nos aprofundar um pouco mais na história por trás da história deste álbum o/

Moonchild é inspirada no ritual Liber Samekh de Aleister Crowley (1875–1947). Este ritual é feito para a besta, para que se possa ter conhecimento, e poder conversar com seu guardião.

Lucifer (Lucem ferre), o portador da luz, é uma referência ao planeta Vênus (estrela D'Alva) e também ao anjo caído. Como muitos sabem, a mitologia cristã faz muitas referências a outras mitologias, inclusive neste caso, onde na mitologia grega o titã Prometheus dá o fogo para os humanos, assim como Lucifer leva o conhecimento para Adão e Eva. Ambos são punidos por seus respectivos deuses.

Moonchild também é um livro escrito por Crowley, e falava da luta das forças do bem contra o mal. Gabriel, é o anjo que jogou Lúcifer no inferno.

Na música diz: "Moonchild - hear the mandrake scream".

Mandrake é também o nome da planta Mandrágora [quem joga RPG, card game ou no video game mesmo, certamente já ouviu falar].

Wikificando -> "O uso da raiz da planta é muito antigo, encontrando-se citado nos textos bíblicos em Gênesis 30:14 e Cantares 7:13. Segundo lendas medievais, as raízes da mandrágora deveriam ser colhidas em noite de lua cheia, puxadas para fora da terra por uma corda presa a um cão preto; se outro animal ou pessoa fizesse esta tarefa, a raiz "gritaria" tão alto que o mataria (...) Outra lenda refere que a mandrágora tinha como semente o sêmen de um homem enforcado."

A raíz da mandrágora tem forma de um garfo de três pontas (ou tridente como queira), e era considerada uma planta com superpoderes. Acredita-se que ela nascia embaixo das forcas, após o solo ser banhado com sêmen do homem enforcado [não me pergunte como foi cair sêmem de uma cabeça rolando, e se souber como, deixe nos comentários].

Para tirar a mandrágora, o sujeito precisava colocar cera nos ouvidos, para que o grito da planta [sim, a planta gritava ao ser arrancada do solo] não ensurdecesse ou matasse. A planta era usada para invencibilidade, encontrar tesouros ou auxiliar na gravidez _ e talvez, deve ter auxiliado a mãe do sétimo filho do sétimo filho.

[Procure por Thelema e Aleister Crowley para saber mais sobre este mundo].

Infinte Dreams fala sobre o pai do sétimo filho que está atormentado por sonhos e pesadelos paranormais. Ele também deve ter alguns poderes, mas não entende suas visões. A música explora o que pode haver depois da morte

"There's got to be just more to it, than this
Or tell me why do we exist
I'd like to think that when I die
I'd get a chance another time
And to return and live again
Reincarnate, play the game
Again and again and again..."

Can I Play with Madness é um dos sons mais conhecidos da banda _ e um dos que a Kiss FM mais toca da Donzela.

A música pode ser considerada feliz ou meio doida, já que é assim que o pai do sétimo filho se sente ao tentar entender o porquê de suas visões.

Um pequeno aparte.

Este álbum fala sobre Lúcifer e de sua morada, o inferno. O inferno é um tema bastante explorado por várias religiões, pela literatura e cinema. Na Divina Comédia de Dante Alighieri, por exemplo, ele mostra o inferno como nove círculos de sofrimentos localizados na Terra. Quanto mais grave o pecado do pecador, mais o sujeito desce.

http://efme.blogspot.com.br/2010/05/inferno-divina-comedia-dante-alighieri.html

The Evil That Men Do, o nome deste som foi retirado destre trecho da obra Julio César, de Shakespeare:

"Friends, Romans, country men, lend me your ears; I come to bury Cæsar, not to praise him. The evil that men do lives after them, the good is oft interred with their bones; so let it be with Cæsar." Julius Cæsar. ACT III Scene 2.

Este trecho é falado por Marco Antônio após a morte de César pelos senadores traidores [desculpem o pleonasmo]. Christian Gurtner interpreta o discurso de Marco Antônio em seu podcast, no site o Escriba Café. Uma obra prima da internet!

Bruce, antes de cantar este som, normalmente diz: "the good that the man do, is often interred with their bones, but the evil that men do, lives on" (confira no video).





Seventh Son of a Seventh Son é baseado na ficção de Orson Scott Card, Seventh Son (1987). Alvin, o sétimo filho do sétimo filho não sabia de seus poderes, mas agora os descobre, tendo ele que escolher entre o bem e o mal _ que fazem o possível para persuadí-lo.

The Prophecy Alvin pede para que todos acreditem na profecia que iria destruir a vila. Lembrando que a lenda deve ser da época medieval, então, destruir uma vila era muita coisa. A profecia se mostra como algo inevitável, ou seja, estava escrita, e nada poderia mudá-la.

The Clairvoyant (o som que mais gosto deste álbum) Alvin já sabe controlar suas visões, e não sabe o que fazer de sua vida, pois estes poderes irão destruí-lo de qualquer forma.

Only the Good Die Young encerra este grande álbum! É uma reflexão _ aparentemente de Alvin e de Lúcifer, em estrofes alternadas _ sobre a vida e a morte. Também dá uma cutucada de leve nos cristãos, que preferem crer em seu livro velho (Walking on water - are miracles all you can trust?) do que nos acontecimentos que chamam a atenção no momento. A profecia se cumpre, quem não acreditou neste novo profeta, morreu...

Este som novamente leva ao pensamento sobre como o destino é inescápavel. O sétimo filho sente-se como um mero peão (de xadrez mesmo) na luta entre o bem e o mal, que não tem um vencedor.


O som acaba falando do número 7 por várias vezes, e não à toa, existe todo um misticismo acerca deste número _ só não há como confirmar quando há uma tentativa de forjar o número 7, como fica claro em as 7 maravilhas do mundo ou, provavelmente ou coincidentemente nas passagens bíblicas onde o 7 é muito usado, ou quando de fato existem 7 tais coisas como: as 7 cores do arco-íris, os 7 mares, as 7 notas musicais, os 7 dias da semana...

E até o próximo álbum o/




Seventh Son of a Seventh Son - 1988



1. Moonchild
2. Infinite Dreams
3. Can I Play With Madness
4. The Evil That Men Do
5. Seventh Son Of A Seventh Son
6. The Prophecy
7. The Clairvoyant
8. Only The Good Die Young

Formação
Bruce Dickinson - Vocalista
Steve Harris - Baixo e Backing Vocals
Dave Murray - Guitarra
Adrian Smith - Guitarra e Backing Vocals
Nicko McBrain - Bateria

Álbum anterior:
[1986] Somewhere in Time

Próximo álbum:
[1990] No Prayer for the Dying

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7 Comentários

  1. Muito legal as histórias sobre o Iron. Eu sigo você no blog, tenho um blog tb. Você me autoriza a publicar as histórias do Iron no meu blog?

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    1. opa, autorizo sim cara - só por favor cite o link aqui do meu blog o/

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  2. Claro. Acompanha o meu blog lá pra você ver. É bem legal também!

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  3. Ricardo, te add no Google Plus, gostaria de te fazer um convite de parceria, em breve entro em contato.
    Continue com o excelente trabalho.

    Up the Irons!

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  4. Muito bom mesmo, Parabéns!!!!....

    Uma Observação:
    A palavra mal, muito usada para esse excelente blog, é na verdade escrita com "U", logo seria "Mau".
    Ex.: "...tendo ele que escolher entre o bem e o mau..." ou "...O sétimo filho sente-se como um mero peão (de xadrez mesmo) na luta entre o bem e o mam..."


    Muito obrigado!!.....

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    1. cara, não achei o erro que você mencionou, acho que você leu isso em algumas das edições que viu na internet. Eu me cobro muito sobre erros ortográficos e normalmente os faço antes de publicar _ ou minutos depois de publicar (pq sempre escapa algum haha). Mas valew mesmo assim!

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  5. Iniciei um blog me inspirando nisso ... será uma especie de diário de um rapaz ... Benjamin Jansen
    http://siebtensohnes.blogspot.com.br/

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